Inácio lopes da silva, casado com, Maria Betânia lopes da silva, pai de dois lindos filhos, Keilla

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simplesmente um servo a serviço do Senhor na assembléia de Deus em Paulo Afonso-Ba, pregador do evangelho, ministrando em congressos, seminários.

SERVO!

EU quero ser um servo ,só para te o prazer de te servi com alegria,pode fica aos teus pés ouvindo sua maravilhosas palavras de vida,poder derramar o meu melhor sobre ti,divulgar para o meu próximo, como e maravilhoso te servir,poder te acompanhar pelo deserto, ver com os meus olhos os milagres que operas na vidas dos necessitados , ver os mortos espirituais reviver,poder ver a tua igreja a noiva do cordeiro,pronta para o arrebatamento,que eu na qualidade de servo, posar me juntar a tantos outros servos, para profetizamos a estar nação,que este desejo comece agora enquanto você ler esta mensagem.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

DONS ESPIRITUAIS


Os Dons Espirituais

Subsídios para a lição I Coríntios - Os problemas da Igreja e suas soluções 2º trimestre/2009
Por dificuldade de terminar um artigo sobre “dons espirituais” em um prazo curto, não publicarei o meu subsídio nessa semana. Então reproduzo nesse espaço o ótimo texto do missionário Gordon Chown. Em breve publicarei um artigo extenso, ou uma série de textos sobre os “dons espirituais”. Aguarde!
Enquanto isso leia o artigo abaixo:
Sobre o autor: Gordon Chown é inglês, mas vive em Jundiaí (SP). Nasceu no anglicanismo, mas hoje é um importante teólogo pentecostal. Dedicou toda a sua vida com traduções de livros, que vão de devocionais até obras eruditas, publicadas por editoras como: CPAD, Cultura Cristã, Vida e Vida Nova. É autor do livro Os dons do Espírito Santo, importante obra para a teologia pentecostal brasileira.
Dons Espirituais: Reflexões pastorais sobre a interpretação e uso dos dons
Por Gordon Chown
Introdução
Ao ser convidado a preparar um artigo, meus pensamentos foram passando pela literatura lida e escrita sobre os dons espirituais, durante anos passados, inclusive pela minha atuação como intérprete e ajudante de missionários estrangeiros em campanhas de cura divina. (Aliás, é bom lembrar que hoje, há grande aceitação mundial dos missionários avivalistas provenientes do Brasil – talvez o maior país exportador de reavivamento).
Essas lembranças porque, na data do convite, minha tese Os Dons do Espírito Santo, escrita em caneta e tinta em fins de 1963, e posteriormente publicada em várias tiragens por diferentes editoras, acabara de ter uma edição revista lançada na 17ª Bienal do Livro em São Paulo, em abril de 2002. A mesma editora me pediu, com urgência, para traduzir imediatamente em seguida, um livro chamado Os Dons Milagrosos são para Hoje?, fruto de um simpósio dirigido pelo Dr. Wayne Grudem, com mais quatro participantes de grande fama e capacidade. Nele, havia citações de quase uma dúzia de livros em inglês que já existiam em português, e aos quais fui consultando. Inclusive algumas dessas obras estive envolvido desde 1969, tais comoEles falam em outras línguas, de John Sherrill e Vai, Disse-me o Espírito, de Davi Duplessis. 
Pois bem, foram quarenta dias intensivos nessa tradução, com as leituras paralelas, e foram trazidas à mente muitas lembranças, tanto da prática, quanto de alguns debates religiosos em nível das igrejas. (Tomo a liberdade de adiantar para possíveis leitores da obra de Wayne Grudem, que a meu ver, todo o peso da argumentação teológica, enaltece o Espírito Santo, e que mesmo o “menos pentecostal” reconhece todos os milagres nos tempos de Jesus e dos apóstolos, e a operação do Espírito Santo hoje, inclusive na cura divina).
1. O Cessacionismo 
Um dos assuntos levantados, ao lidar com o volume traduzido agora, foi o “cessacionismo,” defendido por um dos participantes do debate. É a teoria de que muitos milagres, bem como dons espirituais, existiam em função da formação do cânon do Novo Testamento – quer dizer que houve um poderoso derramamento de milagres na vida de Jesus, e dos apóstolos, mas que cessou depois de encerrado o cânon do Novo Testamento. A idéia é que os milagres confirmaram a divindade de Cristo (fato este que está fora de dúvida) e, semelhantemente, confirmaram a origem divina da atuação e doutrina dos apóstolos (outro fato inabalável). 
Tudo isso concorreu para os registros em todos os livros do Novo Testamento serem reconhecidos como obra legítima e permanente de Deus, parte integrante das Escrituras Sagradas. E isso também é certo. Quando me converti a Cristo, a conversão envolveu a aceitação da inspiração plenária, inerrância e infalibilidade da Bíblia. Inclusive entendo que qualquer conceito da Bíblia que não a reconhece assim, está fora do arraial do cristianismo. 
a) Quando cessou a atuação do Espírito na Igreja? Só que é mais difícil entender como o cessacionismo vai explicar em qual momento, uma vez completadas as Escrituras, o Espírito Santo, de quem elas falam e que justamente foi prometido por Jesus à Igreja, antes da sua crucificação e ascensão, especificamente para continuar com os fiéis, para fazer as vezes de Jesus, de ser sua presença real entre nós hoje – quando teria cessado a atuação do Espírito Santo? O cessacionismo quer declarar que os dons milagrosos do Espírito Santo cessaram com a morte dos apóstolos e com a definição do conteúdo do Novo Testamento.  
b) Cânon Fechado. A intenção dos cessacionistas parece ser preservar o “cânon fechado” contra novas revelações que se colocariam de encontro com o Novo Testamento que possuímos. Contudo, nenhum crente pentecostal, que eu possa imaginar, está pensando que algum dom de profecia ou de línguas com interpretação vá diminuir, substituir, ou acrescentar à Bíblia que, por si só, é obra do Espírito Santo. Jesus disse, ao prometer a vinda do Espírito Santo aos fiéis, que seria para nosso bem que Ele iria embora. Foi para poder nos enviar o Espírito Santo (Jo 16.7), que estará conosco para sempre (Jo 14.16). E a atuação do Espírito Santo fica semelhante àquela narrada nos Evangelhos e em Atos. “O Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome lhes ensinará todas as coisas  e lhes fará lembrar o que eu lhes disse”, Jo 14.26. Este texto refere-se ao conteúdo didático. A aplicação de ensinos existentes está em: “Aquele que crê em mim fará também as mesmas obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai”, Jo 14.12. Que é o conteúdo prático, já que o Espírito Santo confirmava com milagres a divindade de Jesus e a doutrina dos apóstolos. Ele continuará com a confirmação dos mesmos fatos, por onde quer que os cristãos levarem a fé.  
2. Línguas em Atos 2
Nos debates sobre a palavra “línguas” em Atos 2, vejo que é incomum reconhecer que se trata de duas palavras no original. Há chamas em forma de “línguas” (v3). Há  palavras faladas com a operação do Espírito Santo sobre a língua física humana – “línguas” (v4). O que o povo ouviu nessa ocasião, eram “idiomas” (grego dialektos) (v. 6 e 8). E o resumo é que o povo escutava as glórias a Deus sendo faladas nas suas próprias “línguas” – o dom de línguas em operação, com a interpretação milagrosa fornecida pelo Espírito Santo.
Notei na exegese teológica em Cambridge a desculpa, para não levar em conta a atuação sobrenatural do Espírito Santo, é que é “imponderável” e um fator difícil de medir. Daí me ocorreu que a diferença entre o orçamento para construir uma casa num terreno, e para fazer obra idêntica debaixo do mar, também seria bem complicada – mas isso não quer dizer que o mar não existe! 
Vejo que os escritos dos Profetas canônicos na Bíblia atacam abertamente o suborno, a corrupção e muitos males da sociedade moderna, mas parece que há pessoas que  procuram mais “futurologia” do que instruções para a ética na vida pessoal e coletiva. Entendo que “profecia” é mais “falar da parte de Deus” às pessoas. As pessoas que acham que os dons espirituais não devem existir hoje, estão mais preocupadas com o dom da profecia, por pensarem que possa surgir nova revelação além da Bíblia, e até mesmo contrária a ela.
Mas, em primeiro lugar, entendo que, mediante a inspiração do Espírito Santo é que a Bíblia é infalível, inerrante e de inspiração verbal plenária. Portanto, nenhuma mensagem proveniente do Espírito Santo estaria contraditória às eternas Palavras de Deus.  
Classifico como seita herética qualquer grupo que vai inventando “novas profecias” para tomar o lugar da Bíblia ou mesmo para existir em paralelo a ela. Nada de “Bíblia mais Papa”, “Bíblia mais Livro de Mórmon” , “Bíblia mais Helen White”, “Bíblia mais a interpretação dos russelitas”, nem sequer “Bíblia mais teólogos”, pois onde existir mais carne humana, a própria Bíblia acaba sendo desrespeitada, e seu Autor, o Espírito Santo, repudiado. Certamente deve haver uma caminhada lado a lado dos dons com os frutos do Espírito Santo. E o poder do Espírito Santo com a vida espiritual semelhante à de Jesus Cristo, que enviou o Espírito para nos tornar reais a pessoa e as palavras Dele mesmo. 
Pensando na responsabilidade de cada crente ler bastante a Bíblia, por conta própria, deixando o Espírito Santo falar ao seu coração, deparei no título de um livro:A  Libertação da Teologia, e consegui adquiri-lo, imaginando que se tratasse da fé íntima que não dependeria demais dos sistemas teológicos organizados. Tinha muitas páginas falando de “espiritualidade” intercaladas com outras sobre a teologia – mas a “teologia” atacada era o próprio estudo individual das Sagradas Escrituras! Classifico como espiritismo semelhantes conceitos. 
Vejo a obra do Espírito Santo brotando da fé bíblica, da conversão, da santificação – sendo todas estas, por si só, são milagres do Espírito Santo – mas acho que buscar visões, milagres, sinais sem instrução bíblica na igreja, sem leitura bíblica devocional prolongada e fervorosa pelos membros, fazem com que os alicerces fiquem fracos.

3. As Profecias 
3.1. No Antigo Testamento
Quanto à profecia, sem se tratar de mensagens inscrituradas de modo perpétuo através do Espírito Santo, vemos grande quantidade de profetas, profecias, e profetizar nos livros históricos da Bíblia. Esses livros eram chamados Os profetas anteriores pelos judeus antigos – desde Josué até Neemias – principalmente porque neles surgiam, de tempos em tempos, e sem aviso prévio, servos de Deus (muitos deles anônimos) que interviam com mensagens da parte de Deus, ou que inclusive dominavam a narrativa por algum tempo, tais como Samuel, Elias, Eliseu. E também havia grupos de profetas, escolas de profetas, dos quais se diz apenas que “profetizavam.” Até mesmo temos Saul “profetizando”, sem prever o futuro nem ditando Escrituras.
No contexto histórico, esse verbo dá mais a impressão de fervoroso louvor e glorificação. Nenhuma tentativa de concorrer com novas doutrinas. Por contraste com os “Profetas Posteriores” – de Isaías até Malaquias – cuja doutrina é registrada por toda a eternidade.

3.2. No Novo Testamento
Semelhantemente, no “dom da profecia” no Novo Testamento, temos profecias “ad hoc” – aplicadas à situação momentânea de uma ou mais pessoas, sem transmitirem nova doutrina – é somente “adiáfora” matéria que não faz diferença ao conteúdo da fé. O contexto é idealmente uma reunião da igreja, com leitura bíblica, pregação, louvor, orações espontâneas, com a presença do Espírito Santo em plena manifestação (e não uma presença “alegada” como no caso de um Concílio do Vaticano). Num culto assim, surge milagrosamente uma mensagem de profecia, ou em línguas, seguida de interpretação, que é exatamente o que alguém está precisando naquele exato momento – e é pelo Espírito que esse alguém reconhece que se trata de Deus falando ao seu coração. Acaba sendo um duplo milagre – assim como em Atos 2, os apóstolos falaram segundo o dom das línguas milagrosas, e os circunstantes entendiam segundo seus idiomas ou dialetos maternos. Repudiável seria fazer um registro de semelhantes mensagens, e guardar na igreja como uma preciosidade perpétua; já ouvi, também, de “profetisas” abrirem “consultórios” particulares, de profecias sob encomenda – até pagas! É melhor ter os dons no seu ambiente espiritual, como flores no seu próprio canteiro. 
Minha experiência mais notável de uma profecia, ou mensagem de Deus, através de línguas com interpretação, foi ao ser batizado na Assembléia de Deus em Cambridge. Cheguei aí porque me via cercado por teólogos modernistas – estudantes e professores – e eu, me dedicando ao estudo da própria Bíblia nos idiomas originais, sentia-me tão acossado como o profeta Elias, até meditar na unção que procede do Santo, “a unção que receberam dele permanece em vocês, e não precisam que alguém os ensine; mas como essa unção, que é verdadeira e não falsa, os ensina acerca de todas as coisas, permaneçam nele tal como os ensinou”, 1 Jo 2.20-27. Vi que precisava da unção do Espírito Santo, e um universitário (não estudante de Teologia) falou em eu ser batizado (nas águas) para receber o dom do Espírito Santo. Com convicção no Espírito, fui assim batizado e, ao sair das águas, ouvi uma mensagem num idioma que não entendia, mas que parecia ser da África Central, de Zimbábue, e a interpretação me dizia para não me afligir com as pressões, porque a teologia dos modernistas não passava de paganismo bem organizado, debaixo de uma leve máscara de cristianismo. A partir de então, nunca me senti oprimido pelo modernismo, só que agora considero que estudá-lo, mesmo para refutá-lo ou para fazer parte dos deveres de teólogo, é entrar em diálogo com Satanás, conforme fez Eva. A partir de então, passei a considerar a ética ensinada nas epístolas, não mais como as “letras miúdas” da salvação, mas, sim, como um ambiente jubiloso de realidade no Espírito Santo.
O pentecostalismo confirma totalmente a fé na totalidade da Bíblia.

4. Dom de Línguas
No tocante ao dom de línguas, a experiência de líderes internacionais, tais como Donald Gee e Davi Du Plessis, baseada em conhecimentos mundiais de movimentos pentecostais, tem revelado que onde esse dom tem sido deixado de lado, a igreja tem sofrido em todos os aspectos. Referem-se aos movimentos pentecostais que surgiram a partir de 1906. Referindo-me à igreja de modo global, minha convicção é que se alguém lançar fora uma parte da fé bíblica, a parte dos dons milagrosos do Espírito Santo, acaba repudiando todos os milagres na Bíblia, inclusive o nascimento e ressurreição de Jesus Cristo, a própria inspiração da Bíblia, e até mesmo a existência de Deus. 
Nos países onde o cristianismo nominal oferece cargos altamente pagos por conta do governo, chegamos a ter “pastores” e “teólogos” que repudiam todos os essenciais da fé – é essa a situação que chamo de “modernismo.” Parece que muitas pessoas que não estão esperando um derramamento do Espírito Santo com avivamento, santificação, dons e milagres no fim dos tempos, estão colocando muitíssima ênfase no Anticristo.  
Na Conferência de Niágara em 1895, foi resolvido excluir os milagres dos Cinco Fundamentos da Fé, e colocar, no seu lugar, uma cláusula sobre pré-milenismo. Mas foi em 1906 que, em resposta a uma renovada busca do padrão bíblico, os estudantes na Rua Azusa receberam o derramamento do Espírito Santo. Foi aí que muitos receberam a mensagem como aquilo que mais desejavam na vida, e outros se puseram veementemente contra. E assim fica forçada, a partir de então, em todas as igrejas mundialmente, uma decisão pró ou contra a obra do Espírito Santo.  
Uma crítica contra o pentecostalismo hoje diz que há diversidade de opiniões e interpretações. Mas vejo que as interpretações humanas da própria Palavra de Deus são igualmente divergentes – sem isso ser uma crítica contra a Bíblia, sem se tratar de a Bíblia ser insuficiente.
Os seres humanos distorcem a Bíblia, e também podem distorcer a obra do Espírito Santo, sem haver falha nem defeito em uma ou outra. As igrejas oferecem, com razão, métodos de estudo da Bíblia, manuais, dicionários, e comentários da Bíblia,  recomendam grupos de oração, meditações, orientação pastoral, apóiam pregadores, conferencistas, preletores – tudo para haver entendimento apropriada da Bíblia! Tudo isso é precioso com a unção do Espírito Santo. Sem ela, tudo em vão. A democracia espiritual na igreja é cada um ter seu próprio acesso às Escrituras, e também à pessoa do Espírito Santo. É um direito, mas também um dever.  Se os membros não estiverem com a vida espiritual em dia, a igreja ficará oca, como árvore aparentemente viçosa que por dentro é escavada por cupins. 
Os judeus antigos nos tempos de Cristo desviavam-se do Antigo Testamento para suas tradições. No Talmude, existem fartas citações de um rabino que cita outro, que cita outro, e remonta a ainda outro. Quando Jesus Cristo surge como o cumprimento do Antigo Testamento, os fariseus o rejeitaram,  porque já tinham se montado na vida como líderes religiosos na carne, e Jesus já não se encaixaria no sistema deles. Como cumprimento do Novo Testamento, Jesus enviou o Espírito Santo, mas a cristandade, depois de chegar aos poderios e honrarias carnais, passou a menosprezá-lo e a considerá-lo assunto para “seitas” fora da igreja oficializada. 
Numa convicção pessoal minha sobre os dons, prefiro enfatizar o conceito de presente da parte de Deus para o necessitado que pede com fé. Num avivamento de cura divina, por exemplo, penso em termos de muitas pessoas comparecendo com esperança em Deus, e Deus querendo atender com compaixão. Nesse caso, um grupo da igreja, com um pastor ou outro obreiro, marca uma data e um ponto de encontro, anuncia a reunião, e as pessoas comparecem. Há hinos, pregação bíblica, orações, testemunhos. E a fila de curas. E saem bênçãos. Só que não deve haver exagero de glória para o obreiro, pois se ele se orgulhar, o Espírito Santo pode operar soberanamente sem depender de ninguém. 
Outra experiência notável foi em Ituverava, acompanhando como intérprete missionário Burnie Davies, das Assembléias de Deus dos Estados Unidos. Tinha havido bastante divulgação, e algumas reuniões preliminares, antes da chegada do missionário, e da minha. Eu pessoalmente nunca tinha orado pelos enfermos, e dava todo valor àqueles que tinham esse dom. Acontece que Burnie chegara com gripe, e o obreiro norte-americano não conseguia “levantá-lo,” conforme disse. O pior, é que fui posto para substituí-lo! Não sei fazer. Então, surge a fila para oração. Uns quinze, talvez. Por amor à causa de Deus, e aos enfermos, comecei a orar um por um. Fui orando em voz alta, mas sem capacidade minha. Lembro-me, por exemplo, no caso de alguém com ferida na perna. Fui orando para ele não mais chegar bêbado em casa e bater na esposa. Parece que Deus ia me ajudando naquilo que devia orar. Tudo estava além das minhas possibilidades. Depois do que me parecia um “tempão”, levantei os olhos para ver se a fila estava chegando ao fim. Era bem maior! Perdi, “então” a consciência do tempo. Foi depois que o porteiro me contou: as pessoas tinham saído curadas, e contando aos outros; e vinha mais gente de fora. Foram estimados em duzentos, e eu numa concentração fervorosa por mais de duas horas. O resultado final confirma que Deus me ensinava o que eu devia pedir, pois ele mesmo queria fazer a obra. Certamente não era caso de eu saber orar para obter da parte de Deus determinadas bênçãos que as pessoas queriam. 
Então pensei comigo mesmo: Deus me capacitou para a cura divina! E depois me ocorreu que havia outros para essa obra, mas que eu fora chamado a me formar em Cambridge no grego e hebraico, com as demais matérias teológicas, para estudar a Bíblia nas línguas originais, e para transmitir esses conhecimentos no Brasil, num período em que não havia ninguém para ocupar a vaga. E assim fiquei no ensino e literatura bíblicas! Ou seja, no pedacinho do Corpo de Cristo que me cabia: no texto original da Bíblia como obra do Espírito Santo. 
É claro que presenciei muitos milagres nos avivamentos, e isso de maneira bem especial como intérprete, pois freqüentemente estava com uma mão no ombro de algum missionário, e a outra segurando o enfermo, e traduzindo a troca de palavras entre os dois. A maior garantia contra possível sugestão ou fraude foi o que eu via no Parque da Iberapuera, ao lado do missionário Morris Cerullo. Fiquei segurando no colo um nenê cego de nascença e, quando Morris orou, foi maravilhoso ver o olhar da criancinha que enxergava pela primeira vez – olhar feliz de admiração!
Na mesma reunião, uma menina surda de nascença. Morris orava, e batia palmas atrás dela; quando voltou a audição,  ela deu um pulo com o barulho! Em seguida, olhava em derredor, procurando alguma coisa. Daí correu para a sanfona no palco. Descobrira o que era som, e que este provinha de certos objetos!
Voltando à inspiração do Novo Testamento: entendo que a fidelidade a Ele determina quem faz parte de igreja, e não a igreja que determina quais escritos devem pertencer ao NT. Li um livro anglicano, obrigatório no curso, de Introdução ao Novo Testamento; tudo muito bem, só que no fim deu a entender que a Mãe Igreja é que escolheu os Livros para fazer parte do NT – e que ela seria superior a ele. 
A diferença entre o NT e os escritos da igreja posterior é que a carne ia entrando, década após década. O Espírito Santo faz do NT aquilo que é, e ele mesmoimprime essa convicção da sua inspiração divina naqueles que se convertem a Cristo. É a autoridade do Espírito Santo, mais do que a autoridade da Igreja, que determina o que é Bíblia. Quaisquer discípulos, apóstolos, mestres, profetas neotestamentários, dependiam do Espírito Santo, e não ele, da confirmação deles. 
A denominação em favor da qual fui estudar em Cambridge, declarava ter a Bíblia como única norma de fé, doutrina, e prática. Então eu estava bem dentro, pois pautava minha vida exclusivamente pela Bíblia. Mas aí surgem as “normas para o culto,” como acréscimo à Bíblia, e então não tenho nada mais que ver. Num excelente instituto bíblico onde fui professor, foi lido um documento no qual foi esclarecido que, embora Paulo tenha declarado “Não proibais o falar em línguas” os dirigentes, por receberem sustento de igrejas não pentecostais, sentenciaram: “Nós, porém, doravante vamos proibir.” Toda denominação evangélica crê na Bíblia, mas na hora em que uma ou outra igreja coloca algumas regras, costumes ou decisões em posição antagonística à Bíblia, acabará perdendo pontos. Certamente existem muitos questões que biblicamente estão abertas à consciência individual, e devemos ter coração amplo de fraternidade espiritual para nos aceitarmos em mútuo amor. Minha experiência tem sido: ampla fraternidade entre os crentes em 1959, 1963 etc, mas hoje, minha impressão é que muitos grupos,  pelo rádio, querem “vender seu próprio peixe” e não ouço mais muita Bíblia nem tanto em conversão a Jesus Cristo. 
Os dons do Espírito Santo são debatidos como assunto distintivo e específico do pentecostalismo. Tempos atrás, achei excelente a definição do doutor Ness, da Igreja Pentecostal do Canadá: “A teologia pentecostal é idêntica à evangélica tradicional, só que também tem os dons do Espírito Santo.” 
Por outro lado, vejo que um modo sobrenaturalista de ver as coisas deve permear mais do que isto. Deve haver uma visão totalmente nova da interpretação bíblica.
Conheci de perto, por exemplo, Orlando Boyer, e percebo que nos escritos dele existe um modo de entender globalmente e espiritualmente a Bíblia, de modo que coloca seu dedo no âmago do sentido, enquanto volumes teológicos de tamanho muitas vezes maior não enxergam tanta coisa de valor.
Donald Stamps também vinha muitas vezes ao meu escritório no sítio, e vi nele um herói da fé – inclusive, quanto aos seus comentários de Jó, Eclesiastes, e dos Salmos de aflição. É o único teólogo que sabia entender essas partes da Bíblia do ponto de vista de quem estava morrendo de câncer. Myer Pearlman também tinha a unção pentecostal nos seus comentários bíblicos. Nas aulas em escolas bíblicas pentecostais, sempre falo que é imperdoável quando os alunos não lêem esses autores. A interpretação bíblica tem que ser no Espírito; ou seja, com a ajuda do próprio autor. 
Existem movimentos que criticam o “espiritualizar” – como se fosse o caso de “tornar espiritual” aquilo que não o é. Fico boquiaberto ao ver grupos pentecostais aceitarem uma interpretação “na carne,” mormente do Apocalipse. Da mesma forma, espero que o Espírito Santo nos dê gosto pela música especificamente “sacra” ou “espiritual.” Os hinários contêm música e letra que inspiram, e acho que o rebaixamento do gosto musical, adotando ritmos mundanos, não deve ser considerado sinal de  pentecostalismo. Quando dou um curso sobre Atos dos Apóstolos, além de explicar que é um manual de orientação para a igreja hoje, e falando nos milagres que confirma a pregação cristã, menciono que houve alguns milagres de castigo: Simão Mago, Elimas, Herodes, e Ananias e Safira. Nas igrejas “binitarianas”, faltas morais parecem passar como coisas corriqueiras. 
Numa reunião pentecostal, porém, a situação seria “mentir contra o Espírito Santo” – isto é, contra tudo aquilo que Deus está derramando. Procura-se o Espírito Santo para bênçãos e poder, mas recebendo essa obra sobrenatural,  o Espírito Santo também deve
ser procurado para a santidade, para o temor a Deus, para uma vida de resistência às tentações.  
Depois de Os Dons do Espírito Santo também escrevi O Espírito Santo na Vida de Paulo (CPAD), cujo intuito foi demonstrar que o Espírito Santo também impulsiona à obra, com dedicação e sacrifício. Não sei se esse aspecto também gozou de popularidade entre os irmãos. Nesse sentido, sendo que o Espírito Santo age conforme quer, não nos é possível faltar nos nossos deveres ministeriais, pensando que o Espírito Santo terá que “abençoar” a nossa preguiça. Depois de o Espírito Santo me ter dado, inesperadamente, durante as celebrações de Pentecostes em Zimbábue, a capacidade milagrosa de entender o Afrikaans de um momento para outro, vi-me diante do hebraico. Tenho ainda, em mãos, a Gramática Elementar da Língua Hebraica que usei – a página interna está cheia de orações tiradas dos hinos que decorei em Afrikaans. O hebraico envolveu cinco mil horas de estudo em silêncio por três anos (isto, só a gramática básica). Nenhum milagre estrondoso, mas a disposição para estudar, e a renúncia envolvida, não deixa também de ser uma bênção espiritual. 
Jesus, nas suas obras milagrosas, explicou que Deus continua operando no sábado, e Ele, também. Podemos dizer que o Espírito Santo não nos deixou órfãos, não nos deixou desamparados com a ascensão de Jesus, com o último suspiro do último dos Doze Apóstolos, nem com a última letra do Novo Testamento. 
A Igreja de Cristo não é um acidente da natureza, uma instituição contrária à vontade de Deus, e assim como o Novo Testamento nos apresenta Jesus Cristo e também a obra do Espírito Santo, assim também a fé cristã continua sendo em Deus Pai, Deus Filho, e em Deus, o Espírito Santo.

sábado, 4 de agosto de 2012

SACRIFÍCIO DE LOUVOR


Introdução
Gostaria de compartilhar um artigo de alguns anos atrás com vocês, uma mensagem que temos em áudio com titulo de “Metamorfose”, o Sacrifício da Transformação. Um artigo que é parte de um estudo sobre "Louvor e Adoração" e que pode cooperar para compreendermos um pouco melhor o que procuramos expressar com a canção “Sacrifício Vivo”, que está publicada logo abaixo.
Todos nós como “Igreja” estamos sendo desafiados pelo Espírito a voltarmos nossos olhos aos princípios elementares do Reino, aos valores que serão determinantes para um avanço estável e o mais relevante de todos os tempos, estamos sendo desafiados a revermos nossos valores e até mesmo nossos conceitos, a colocarmos a prova a fé de “censo comum”, a devoção habitual recebida por uma herança cultural, para voltarmo-nos as verdades profundas e práticas do evangelho do Reino. O que procuraremos abordar nesse artigo é um convite a compreendermos o que pode significar de forma prática e integral esse termo “sacrifício de louvor”, uma expressão muito usada, o que não significa que seja muito entendida, uma vez que, somos condicionados a dizer e até mesmo fazer coisas que não entendemos.
Não estamos falando de remover marcos, mas estamos falando de voltarmos nossos olhos as escrituras desprovidos de conceitos previamente estabelecidos, para que deixemos ser ministrados por essa palavra que pode ser viva e eficaz para nos rasgar ao meio (hebreus 4.12), revelando-nos verdades ainda não observadas devido a nossa limitação humana de compreensão.
O Sacrifício da Transformação
Romanos 12:1 “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”.
Um dos textos do Novo Testamento mais relevantes com relação a essa questão é Romanos 12, associando o oferecer-se como sacrifício a uma realidade de transformação integral. Não é novidade para ninguém estarmos vivendo dias de restauração, dias em que nossa disposição em obedecer será provada constantemente, tempo em que verdadeiramente o “amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo excederá a todos os holocaustos e sacrifícios” (Marcos 12:33).
Quando pensamos em restauração, falamos de uma transformação que parte da constatação da necessidade de uma melhora dentro de um processo contínuo de aperfeiçoamento. Contudo, essa descoberta pessoal não pode limitar-se ao lamentar a condição indesejável que vivemos, tornando-nos fatalistas, mas promover um posicionamento visando a condição que queremos alcançar, sempreavançando com direção e propósito, perseguindo perseverantemente um alvo, entendendo que Deus não nos ama por aquilo que espera que sejamos, mas sim pelo que somos, nós contudo, por amor a Ele desejamos todos dias nos tornar filhos e filhas melhores, aperfeiçoados para alcançarmos a sua imagem, e nos tornarmos assim o que espera que sejamos, como diz Efésios 5.1 “Tornai-vos, pois, imitadores de Deus. Como filhos amados, e andai em amor, assim como Cristo também vos amou e se entregou por nós a Deus, como oferta e sacrifício de odor suave”. (Versão Bíblia de Jerusalém)
Quando falamos sobre transformação e mudança, lembro-me dos meses de julho de 2005 a fevereiro de 2006, devido a uma série de fatores, passei por três residências, do bairro da Água Verde para o Boqueirão, depois do Boqueirão para o Cabral. Paralelamente mudamos também a Base da Missão. Enfim, essa é uma situação que evitamos, pelo sacrifício e desgaste, mas quando se faz necessária deve ser feita. Creio que essas mudanças foram, de alguma maneira, um reflexo de algo que estava acontecendo em nossa vida espiritual e ministerial, representando o início de um tempo de transformações. Algo que ouvimos ultimamente é que não experimentamos “transformar” sem antes “transtornar”. Será que estamos dispostos a isso?
A questão inicial é: Até que ponto estamos dispostos a mudar? Pois vivemos dentro de uma cultura de muita verbalização, mas nenhuma ação concreta de transformação e mudança de direção. Há quanto tempo lamentamos o fato de sermos os mesmos? Caindo os mesmos erros? Vivendo o mesmo ciclo de frustração, culpa e superficialidade? A verdade é que mudanças assustam e sempre temos um plano de escape para evitarmos que aconteça, e só são aceitas depois de muita resistência. Isso explica o que ouvi certa vez: “Depois de muitos anos de fé evangélica, agora decidi que vou começar a procurar praticar aquilo que ouço nos sermões”. Quando ouvi isso, me assustei, pois percebi que aquele homem tinha o perfil da maioria das pessoas que freqüentam um templo evangélico.
O que quero dizer com essas primeiras palavras é que se queremos experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus para nossas vidas, se queremos nos converter ao seu propósito, temos que estar preparados para um tempo de muitas mudanças que certamente trarão muitas implicações, que certamente nos custarão algo. Talvez a partir de agora comecemos a entender melhor a relação que há entre sacrifício e transformação.
Sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.
Temos entendido o Espírito nos ministrando valores e princípios dentro de uma perspectiva bíblica e não cultural, levando-nos além de uma interpretação pré-concebida, porém, entendemos que não podemos transicionar a igreja para um tempo de mudanças apenas dentro de uma perspectiva cultual tradicional, no sentido cerimonial, pois entendemos que mudar a forma do culto não trará uma nova perspectiva de Reino, mas aperfeiçoar santos sim, uma nova liturgia não trará um maior engajamento aos valores do Reino, mas cristãos transformados sim. Por isso cremos na relevância desse texto de Romanos 12, pois nos fala de “Sacrifício, transformação e culto”.
Tempo de mudanças nos custará algo, a transformação da nossa mentalidade de culto, serviço, submissão e obediência. Romanos 12.1 diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimente qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
Apresenteis os vossos corpos 
Uma realidade Integral

Primeiramente, nesse “Sacrifício” o que é oferecido é nosso “Corpo” (Swmata – Plural) não no sentido de forma ou figura física, mas seguindo uma linguagem paulina, nosso “homem integral” ou pessoa total é apresentado, diante Dele, no sentido de oferta, como um sacrifício (thysian). 
Precisamos entender que o contexto fala de vivermos de forma prática os desafios do padrão de Cristo, agora é a vida integral que deve ser oferecida como verdadeiro sacrifício agradável e não apenas o “ritual isolado da vida”, trata-se de um “aspecto moral e não meramente cerimonial”. Além disso, poderíamos dizer não tratar-se mais de uma linguagem de sacrifício de sangue e morte física, mas de serviço incondicional em amor confirmando nossa identificação com Cristo. Paulo em Filipenses 2:17 diz: “Entretanto, mesmo que seja eu oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, alegro-me e, com todos vós, me congratulo”, confirmando que segundo seu entendimento, sacrificava-se não no sentido de redenção, mas de serviço que resulta em alegria e louvor.
Sacrifício Vivo
Do Cerimonial para a Vida
O primeiro atributo desse sacrifício é ser “vivo” (zwsan/ zaw) de “Zao” que significa aquele que está entre os vivos, que goza da vida real, verdadeira e eterna, contrariando a idéia de uma linguagem cerimonial de sacrifício segundo a lei, direcionando-nos no sentido de que nosso grande desafio hoje, não consiste em ofertas físicas como no sacerdócio levítico, mas sim em vivermos integralmente, em todas as partes, de acordo com padrão de Deus. Não se trata de cerimônias isoladas da vida, mas de uma vida livre de símbolos e ritos. Esse entendimento nos liberta de uma cultura limitada ao litúrgico, para vivermos com liberdade a responsabilidade (Atos 1.8), uma vida digna da nossa vocação (Efésios 4.1).
Quando Hebreus 10.19 diz: “Tenhamos, pois, irmãos intrepidez para entrar no Santo dos Santos”, dentro de uma linguagem de sombra e realidade, usa-se o termo intrepidez, “parrhesia” que significa “liberdade de linguagem, onde abertamente, sem uso de figuras ou comparações podemos através do novo e vivo caminho Cristo”, entrar e permanecer na presença de Deus Pai. (Hebreus 9:12 Não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção).
Portanto, não se trata mais de cerimônias que pela sua ineficácia eram repetidas, mas de um Ato de Redenção e Substituição final que nos eleva definitivamente pela fé a presença de Deus (Hebreus 8 à 10). Isso mostra que nosso sacerdócio não está fundamentado sobre ritos ou cerimônias, mas em vivermos sobre princípios espirituais em nosso homem integral. Dessa maneira, não podemos mais separar o rito da vida. Algumas disciplinas espirituais como a oração, intercessão, jejum, louvor e adoração, funcionam ainda muito ritualisticamente, dentro de um ambiente de culto, porém, na vida cotidiana, em nosso homem integral, continuamos pessoas sem expressão e relevância.
Sacrifício Santo
Uma questão de natureza
Agora devemos procurar nos apresentar igualmente ou integralmente “santos” em todas as partes. (hagios. Algo muito santo e respeitável). Romanos 6.19 diz que assim como anteriormente oferecíamos os nossos membros, “melos” que trás a idéia de corpo, a serviço da impureza e da maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação no sentido de consagração e purificação de coração provada na vida integral.
1 Tessalonicenses 5:23 diz que o mesmo Deus da paz vos santifique em tudo, usando a palavra “hagiazo”,que significa purifique, depure, limpe, torne brilhante e provado, completando a obra de santificação iniciada em Cristo (Hebreus 10.14), que deve ser revelada na vida e não no rito. Deus deseja santificar-nosem tudo, ou seja, nos tornar completos em todos os aspectos; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados, ou guardados íntegros e irrepreensíveis, sem razão para censura, prontos para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Confirmando essa Sacrificio que promove louvor ao seu nome como um processo contínuo de um trabalhar de Deus em nossas vidas que faz da nossa vida uma expressão viva e digna da sua natureza Santa, Santa e Santa.
Preste atenção no que diz 1 Pedro 1.14: “Como filhos da obediência, não vos amoldeis (suschematizo) às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo”(Levítico 11.44/ 20.7). Pedro usa o mesmo termo de Romanos 12.2, quando fala do não "conformar-se" a mentalidade ou natureza de outro "governo ou influência", chamando-nos a "santidade" segundo, ou seja, a partir da Santidade daquele que nos chamou para essa realidade transformada e transformadora por meio de um processo continuo em que diariamente deixaremos de fazer o que queremos para fazer o que deve ser feito, santificando todo nosso procedimento, modo de vida, postura e comportamento.
A expressão "santidade" não deve promover condenação e culpa, mas despertar o desejo de sermos separados para Ele, exclusivos dele, a expressão da glória e valor devido ao se nome, manifestando o poder do seu Reino em nós e a partir de nós. Talvez ver a santidade não apenas como o não errar mais, mas sim como, nunca mais deixar que nossos erros nos separem Dele, uma vez que pecado limita nossa atuação e traz separação. Esse entendimento nos libertará do falso moralismo e nos permitirá experimentar verdadeiro arrependimento como uma realidade contínua de mudança de mente, uma nova consciência dos valores do Reino que promovem sempre uma nova postura e comportamento. A verdade é que sem santificação ninguém verá o Pai e consequentemente Ele não poderá ser visto em nós.(Hebreus 12.10 e 14).
Sacrifício Agradável 
Uma nova mentalidade de culto
Por fim, Paulo fala de nos oferecermos integralmente como sacrifício agradável e aceitável a Deus, definindo esse conceito de “Sacrifício” como o verdadeiro “Culto Racional”. Ao contrário do que nossa idéia pré-concebida sobre culto possa interpretar, esse termo aparece como “latréia”, no sentido de “serviço” a Deus e o termo “Racional” original de “logicos”, significa algo com entendimento ou de acordo com a sua palavra. Portanto estaria falando no sentido cerimonial ou de serviço integral (Sacrificio vivo) com entendimento, segundo a "Palavra"?

O sacrificar está muito relacionado a realidade de obediência (Sacrificio Vivo = Altar) que promove comunhão entre duas partes (Louvor), tornando-se o ponto de partida para uma prostração mediante a revelação dos atributos de Deus (Adoração), pois essa é uma realidade exclusiva para àqueles que tem comunhão com Ele. Essa linguagem sacrifical está diretamente ligada ao princípio do Sacrificio de ouvor, justamente por apontar sempre para “obediência incondicional que tem o poder de estabelecer uma realidade de comunhão”. 1 Samuel 15:22 diz: “Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros”.
“De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? — diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecer perante mim, quem vos requereu o só pisardes os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene. As vossas Festas da Lua Nova e as vossas solenidades, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer. Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas. Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã. Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse”. Isaias 1.11-20
Vemos nessas palavras proféticas a forma como o sacrificar cerimonial não pode ser praticado isolado da vida, pois o sacrifício agradável a Deus não está em oferecermos muitos “cultos” nem mesmo aumentar as orações. O caminho para a aceitação está em tiramos de diante dos seus olhos nossas más obras, em parar de praticar o mal e aprender a fazer o bem, então, seremos purificados, para experimentar o fruto precioso da terra.
Enquanto pensarmos no sacrificar como apenas a manifestação de lábios que confessam, nossos sacrifícios de louvor não nos custarão nada e nossas cerimônias continuarão sendo agradáveis a nós mesmos. Quando mudarmos nossa mentalidade seremos para Deus como aroma agradável. Efésios 5.1 “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave”.
2 Coríntios 2.14 (NTLH) Mas dou graças a Deus porque, unidos com Cristo, somos sempre conduzidos por Deus como prisioneiros no desfile de vitória de Cristo. Como um perfume que se espalha por todos os lugares, somos usados por Deus para que Cristo seja conhecido por todas as pessoas.
Os sacrifícios, ofertas ou holocaustos, de animais, cereais ou bebidas entregues como parte do culto segundo a lei, no hebraico ’abad, aparece por exemplo, em Êxodo 20:5 “Não as adorarás, nem lhes darásculto... e quando Moises pede a liberação a Faraó, e em Êxodo 8.1: “Deixa ir o meu povo, para que mesirva (‘abad)”. Em ambos os casos aparecem a mesma palavra, apontando a realidade do culto como serviço em amor e obediência, (Sacrificio confirmando a idéia do “latreia” usada em Romanos 12. Por isso, a proposta de tirar o povo do Egito era para que servissem como uma nação santa e Reino sacerdotal (Êxodo 19.5-6) visando uma realidade de comunhão, influência e transformação, uma prova disso é o estabelecimento do Tabernáculo terreno, onde deveriam oferecer sacrifícios de comunhão para que o Senhor pudesse habitar no meio deles (Êxodo 25.8), como sombra da realidade sacerdotal que vivemos hoje espiritualmente em Cristo.
Romanos 12. nos desafia a rever conceitos de “Culto”, os valores e motivações que hoje nos levam a cultuar apenas dentro de um ambiente cerimonial na expectativa de experimentar algo que nos agrade, e logo nos libere para vivermos nossas vidas. Somos encorajados a procurar, independente de lugar ou circunstancia, oferecer a Deus as nossas vidas para servi-lo em amor, no cumprimento da sua vontade. O que não podemos esquecer é que uma vez tomados de fé para nos lançarmos a essa realidade sacrifical integral estaremos prontos para nos tornar os maiores beneficiários, experimentando a boa, perfeita e agradável vontade se cumprindo plenamente.
Sacrifício de Louvor a Deus.
A medida que somos transformados Ele é louvado
Em Hebreus 13.15 diz “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome”. Primeiramente, por meio de Jesus, podemos oferecer não semanalmente, mas continuamente, sacrifícios de louvor, sacrifício oferecido como oferta de gratidão. Lembrando que por meio de Jesus oferecemos a Deus sacrifícios de natureza espiritual (1 Pedro 2.5), sacrifícios não mais cerimoniais, como comidas e bebidas, mas na manifestação de evidências de um atuar contínuo do Espírito em nosso homem interior. Confirmando o princípio de Altar = Sacrificio vivo, santo e agradável = Louvor = Comunhão com Deus = Uma nova expressão de adoração.
Precisamos entender que a medida que nos dispomos a entrar num processo de transformação, o fazemos para confirmamos o propósito de sermos para o seu louvor. Segundo Efésios 1.5-6, fomos predestinados para Ele, como “filhos para o louvor da sua glória”, confirmando o propósito eterno da filiação que promove o louvor do testemunho da sua glória manifesta em nós (Romanos 8.19).
Essa oferta contínua em concordância com a vontade de Deus, que não nega sua natureza e confessa o seu Nome, é provada em resultados práticos. A vida cristã apresentada, como sacrifício vivo, é comprovada por frutos de aprovação na vida cotidiana que glorificam a Deus. Hebreus 13.16 diz: “Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz”. Esses são os sacrifícios que agradam a Deus, que o deixam contente, a prática do bem, cooperação mutua, obediência continua. A medida que nos deixamos ser transformados por uma renovação continua de mente nos tornamos um louvor para Deus em todos os lugares em que estamos.
A medida que somos aperfeiçoados na prática do bem, Ele é louvado. João 17.4 deixa bem claro o que isso significa: “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer”. O termo glorificar (do original grego “doxazo”) fala de louvar, exaltar, magnificar, tornar glorioso, tornar o valor do seu Nome manifesto e conhecido através de uma ação prática de obediência visando o cumprimento de propósito. Glorificar seu nome na terra tem a ver com cumprir, executar completamente, levar até o fim o que nos tem sido proposto, acrescentar o que ainda está faltando a fim de tornar-se algo completo. Como Jesus viveu para glorificá-lo e honra-lo, devemos viver todos nós.
Romanos 12.1 diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto (“Latreia” Serviço) racional e não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
O texto de Romanos 12 usa essa mesma linguagem de um culto (serviço) agradável a Deus que nos expõe a um processo contínuo de transformação, “metamorfhoo” que significa mudar de forma, “transfigurar a aparência de Cristo que resplandecia com brilho divino”. Esse termo é bem conhecido por “metamorphosis”, e aponta para um “processo contínuo de transformação” que vem por renovação de mente.
Duas palavras aqui são importantes, primeiro "renovar" que vem de “anakaino” que significa tornar algo novo, numa nova força, vigor dado a alguém mudado para um novo tipo de vida oposto ao estado corrupto anterior. Não podemos esquecer disso, não haverá "transformação" sem um "processo" (sucessão de mudanças que promove uma evolução) de "renovação". Se não temos disposição a nos sujeitar a esse processo pelo qual alcançaremos uma mente renovada nunca veremos transformações relevantes.
Por isso, esse “metaformphosis” vem por um processo contínuo de renovação de mente (“nous”) que inclui as faculdades de perceber e entender bem como a habilidade de sentir (Emoções), julgar (Intelecto), determinar (vontade Própria). Portanto, falar de transformação é falar de não conformidade, de um rompimento com modelos caidos (a influência que ainda atua sobre os filhos da desobediencia Efésios 2) para experimentarmos, reconhecermos como genuíno pelo provar, um modelo eterno (uma nova influência), expresso em sua boa, perfeita e agradável vontade.
Sacrifício de Aroma Suave a Deus
Andar como Filhos da Luz
Efésios 5. que diz: “Tornai-vos, pois, imitadores de Deus, como filhos amados, e andai em amor, assim como Cristo também vos amou e se entregou por nós a Deus como oferta e sacrifício de odor suave. Fornicação e qualquer impureza ou avareza nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos, nem ditos indecentes, picantes ou maliciosos, que não convém, mas antes ações de graças. Pois é bom que saibais que nenhum fornicário ou impuro ou avarento, que é idólatra tem herança no Reino de Cristo e de Deus. Ninguém vos engane com palavras vãs, porque por essas coisas vem a Ira de Deus sobre aqueles que a ele resistem. Não vos torneis, pois, co-participantes das suas ações. Outrora ereis treva, mas agora sois luz no Senhor: andai como filhos da luz, pois o fruto da luz consiste em toda bondade e justiça e verdade. Procurai discernir o que é agradável ao Senhor e não sejam participantes das obras infrutuosas das trevas, antes denunciai-as, pois o que eles fazem em oculto até o dizê-lo é vergonhoso. Mas tudo o que é condenável é manifesto pela luz, pois é luz tudo o que é manifesto. É por isso que se diz:Ó tu que dormes, desperta e levanta-te de entre os mortos que Cristo te iluminará. Vede, pois, cuidadosamente como andais, não como tolos, mas como sábios, tirando bom proveito do período presente, porque os dias são maus. Por isso, não sejais insensatos, mas procurai conhecer a vontade do Senhor, E não vos embriagueis com o vinho, que é a porta para a devassidão, mas buscai a plenitude do Espírito. Falai uns com os outros com salmos. hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando ao Senhor em vosso coração, sempre e por tudo dando graças a Deus, o Pai, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo”.
Esse texto associa um padrão divino a ser imitado usando uma linguagem sacrificial segundo o modelo de Cristo (andai em amor, assim como Cristo também vos amou e se entregou por nós a Deus como oferta e sacrifício de odor suave) com aspectos práticos da vida como "Fornicação e qualquer impureza ou avareza nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos, nem ditos indecentes, picantes ou maliciosos" evidenciando a necessidade de “Ações de graças”. Um padrão que pode ser imitado seguindo o modelo de Cristo = Sacrificio Integral = uma vida pratica = Ações de Graça (Louvor) = Aroma Agradável a Deus.
Andar em amor, é oferecer-se como sacrificio a Deus como Filhos amados num procedimento provado pelos frutos da luz com toda bondade, justiça e verdade. Nos é proposto uma realidade que precede as canções, uma realidade de vida iluminada que consegue reconhecer a ação de Deus em todas as coisas, provando sua confiança em constantes expressões de ações de graças.
Essa prática sacrificial continua e ações de graças como resultado na confiança incondicional, nos proporcionará tirar melhor proveito do período do tempo presente (Vede, pois, cuidadosamente como andais, não como tolos, mas como sábios, tirando bom proveito do período presente, porque os dias são maus. Por isso, não sejais insensatos, mas procurai conhecer a vontade do Senhor), uma leitura dos tempos, clareza de propósitos, imunidade quanto a influência que atua sobre os filhos da desobediência e conhecimento da vontade de Deus.
Sem essa diposição de sacrificio não haverá transformação, poderemos mudar nossa linguagem, falar de reino, sacerdócio de todos os santos , atuarmos em áreas de influência, mas ainda assim, atuando em conformidade a uma mentalidade humana e egoista. Esperamos por homens e mulheres que entendam que sem sacrificio, não alcançaremos a proposta desse "serviço com entendimento segundo a palavra que é Cristo" (Culto Racional). Estamos propondo a possibilidade de aproveitarmos melhor nossos dias para manifestar os feitos do nosso Deus.
Essa dinâmica de louvor como verdadeiro “estilo de vida” nos conecta com Deus, através da oferta da nossas vidas, de uma vida sacrificial que visa evidenciar toda sua bondade, justiça e verdade, avançamos em nosso nível de comunhão, experimentando uma nova expressão de adoração em “espírito e em verdade” (João 4.24). Queremos na continuidade desse assunto tratar mais sobre a progressão dessa dinâmica de sacrifícios de louvor que nos elevam a experiências transformadoras de adoração.
Fraternalmente em Cristo